O Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), vinculado ao Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), da Universidade Federal de Goiás (UFG) ofereceu nos dias 16/03 e 26/03 cursos de capacitação para o manuseio de drones. Tais atividades, compõem o projeto Pro-Vant, uma iniciativa do Lapig em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP - GO).
Os cursos foram ministrados pelo graduando em Ciências Ambientais (UFG) Paulo Maia, e teve como público-alvo policiais militares ambientais do Estado de Goiás, provenientes de diferentes municípios goianos.
Além do manuseio de drones, os cursos incluíram temas relacionados à segurança de vôo, legislação de drones no Brasil e uso dos softwares Pix4DMapper (mapeamento) e DJIGO 4.0 (controle de drones), ambos utilizados pela Polícia Ambiental de Goiás (PM Ambiental).
Foto: Paulo Maia, Drone PHANTOM 4 PRO
Texto: Brenda M. Jesus
Laboratório participou de projeto do Ministério do Meio Ambiente que mapeou o uso e a cobertura das terras do bioma Cerrado
O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Orlando Amaral, recebeu na tarde desta quarta-feira (6/7) a diretora do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), Celene Cunha Barreira, e a vice-coordenadora do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), Elaine Barbosa da Silva, para a apresentação dos resultados do projeto TerraClass Cerrado.
O TerraClass Cerrado foi coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e teve como objetivo mapear o uso e cobertura das terras no bioma Cerrado. Para tal, foram convocadas e articuladas as principais instituições de pesquisa e desenvolvimento nacionais que tem experiência com mapeamento de uso e cobertura da terra, sobretudo no bioma Cerrado, e dentre as instituições a Universidade Federal de Goiás que realiza o monitoramento do bioma Cerrado através do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) desde 2005.
Desde 2013, quando o convite para participar do TerraClass foi feito ao Lapig, foram mapeados mais de 2 milhões de km² do bioma Cerrado. Essa ação resultou oTerraClass Cerrado. Lançado em novembro de 2015, o TerraClass Cerrado, constitui o mapeamento oficial do uso e coberturas das terras do bioma e tem como referência o ano de 2013. Foi elaborado a partir de imagens do satélite Landsat 8, sensor Operational Land Imager (OLI), na escala de 1/250.000. Os resultados mostram que boa parte do Cerrado (54,5%) ainda mantém as características de vegetação natural. Celene Barreira lembrou que o estudo do bioma Cerrado é um dos principais temas do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais (Iesa), e o Lapig tem o papel fundamental na geração de dados relativos aos desmatamentos e impactos sócio-ambientais deste bioma.
Para a execução do projeto foram investidos, pelo Banco Mundial, cerca de dois milhões de reais no projeto. “O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) participam do projeto e, a única Universidade que participou efetivamente de todas as etapas do projeto foi a UFG, através do Iesa e do Lapig.”, destacou a professora. Segundo Elaine Silva os dados gerados são o que há de oficial e mais atual sobre o bioma Cerrado tanto Brasil e no Mundo.
Na ocasião o reitor foi presenteado com a publicação resultante do mapeamento e um painel com o mapeamento, que traz áreas de fronteira agrícola que se configuram na expansão da agropecuária no Cerrado. A vice-coordenadora ressaltou que esses estudos são muito importantes para a preservação do bioma e que sua recuperação e uso sustentável passam por dados relativos ao mapeamento do uso e cobertura das terras.
Segundo a vice-coordenadora do Lapig, estudos de mapeamento são fundamentais para se pensar a preservação do Cerrado.
Em 2009, com o apoio do Department of Global Ecology (Carnegie Institute / Stanford University), o LAPIG começou a avaliar o potencial de imagens satelitárias para monitorar a condição (estágio de degradação) e potencial produtivo das pastagens do bioma Cerrado. Deste esforço inicial, além do desenvolvimento de duas dissertações de mestrado e uma tese de doutorado e da publicação de vários artigos científicos, foram desenvolvidos os primeiros protocolos voltados ao processamento de imagens de resolução espacial moderada com vistas à geração de proxies de produtividade primária. Em 2014, em parceria com a então Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, desenvolvemos o projeto Radiografia das Pastagens do Brasil. Ainda em 2014, com o apoio da Gordon and Betty Moore Foundation, demos iníncio ao projeto Spatial metrics and baselines of degradation patterns and provision of ecosystem services by pastures in Brazil.
Atualmente, somos aproximadamente 18 pesquisadores, entre docentes, bolsistas de pós-graduação e bolsistas de iniciação científica, dedicados ao tema pastagens e pecuária, em particular, ao desenvolvimento de algoritmos e protocolos para o mapeamento e monitoramento das áreas de pastagens no Brasil. Os muitos dados e informações geradas e compiladas no âmbito desta iniciativa, um verdadeiro programa de pesquisa, podem ser acessados por meio do portal PASTAGEM.ORG.